segunda-feira, dezembro 25, 2006

25-05-2005

talvez não se saiba nunca porquê
como
para quê

o movimento é perpétuo
nos nossos átomos
nas circunvalações
do nosso cérebro

no cair das células
na paisagem
onde pernoitamos

talvez já saibamos tudo
e não saibamos

sentimos o corpo
que se transforma
em outras energias

amamos as outras vidas
donde viemos
e para onde iremos

mergulhamos nas ondas
dos outros eus

dos outros que nos reflectem
e a quem reflectimos

talvez ainda não tenhamos
descoberto
o nosso parentesco
com aquele
que contestamos

talvez esteja escondido
nas noites da ignorância
o elo que nos transforma
uns nos outros


m.f.s.

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